“Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo,
qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.”
Francisco de Paula Cândido, o inesquecível médium que se tornou conhecido simplesmente como Chico Xavier, nasceu em Pedro Leopoldo - MG, em 2 de abril de 1910, e desencarnou em Uberaba, no mesmo Estado, em 30 de junho de 2002.
Filho de Maria João de Deus e João Cândido Xavier, foi educado na religião católica, e teve seu primeiro contato com o Espiritismo em 1927. Transformou-se em um dos maiores expoentes do Espiritismo no Brasil e no mundo.
Detentor de uma mediunidade aquinhoada, psicografou 451 livros, sendo 39 publicados após o seu desencarne. Nunca admitiu ser o autor de nenhuma dessas obras. Reproduzia apenas o que os espíritos lhe ditavam. Por esse motivo, não aceitava o dinheiro arrecadado com a venda de seus livros. Cedeu os direitos autorais para organizações espíritas e instituições de caridade, desde o primeiro livro – o “Parnaso de Além-Túmulo”. Publicado em 1932, contém 256 poemas de poetas desencarnados, entre eles os portugueses João de Deus, Antero de Quental e Guerra Junqueiro, e os brasileiros Olavo Bilac, Cruz e Sousa e Augusto dos Anjos.
Foram vendidos mais de 50 milhões de exemplares psicografados por Chico Xavier em português, com traduções em inglês, espanhol, japonês, esperanto, italiano, russo, romeno, mandarim, sueco e braile.
Chico psicografou, ainda, cerca de 10 mil cartas de desencarnados para suas famílias, que lhes serviram de consolo e esperança.
Devido à inegável credibilidade conquistada como médium espírita e como grande fomentador da Paz entre todos os seres, Chico chegou a ter o seu nome indicado ao Instituto Nobel, na Suécia, para receber o Prêmio Nobel da Paz de 1981, numa campanha liderada pelo então diretor da Rede Globo, Augusto César Vanucci. No Brasil, em 15 de novembro do ano 2000, foi eleito “O Mineiro do Século XX”, numa promoção da Rede Globo de Minas Gerais, seguido pelos nomes de Santos Dumont e Juscelino Kubitschek.
Complementando este resumo biográfico, reproduzimos, abaixo, uma belíssima mensagem de Joanna de Ângelis. Trata-se de um verdadeiro retrato descritivo da grandeza moral e espiritual de Chico Xavier.
O Retorno do Apóstolo Chico Xavier
Quando mergulhou no corpo físico, para o ministério que deveria desenvolver tudo eram expectativas e promessas.
Aquinhoado com incomum patrimônio de bênçãos, especialmente na área da mediunidade, Mensageiros de Luz prometeram inspirá-lo e ampará-lo durante todo o tempo em que se encontrasse na trajetória física, advertindo-o dos perigos da travessia no mar encapelado das paixões, bem como das lutas que deveria travar para alcançar o porto de segurança.
Orfandade, perseguições rudes na infância, solidão e amargura estabeleceram o cerco que lhe poderia ter dificultado o avanço, porém, as providências superiores auxiliaram-no a vencer esses desafios mais rudes e a crescer interiormente no rumo do objetivo de iluminação.
Adversários do ontem, que se haviam reencarnado também, crivaram-no de aflições e de crueldade durante toda a existência orgânica, mas ele conseguiu amá-los, jamais devolvendo as mesmas farpas, os espículos e o mal que lhe dirigiam.
Experimentou abandono e descrédito, necessidades de toda ordem, tentações incontáveis que lhe rondariam os passos, ameaçando-lhe a integridade moral, mas não cedeu ao dinheiro, ao sexo, às projeções enganosas da sociedade, nem aos sentimentos vis.
Sempre se manteve em clima de harmonia, sintonizado com as Fontes Geradoras da Vida, de onde hauria coragem e forças para não desfalecer.
Trabalhando infatigavelmente, alargou o campo da solidariedade, e acendendo o archote da fé racional que distendia através dos incomuns testemunhos mediúnicos, iluminou vidas que se tornaram faróis e amparo para outras tantas existências.
Nunca se exaltou e jamais se entregou ao desânimo, nem mesmo sob o metralhar de perversas acusações, permanecendo fiel ao dever, sem apresentar defesas pessoais ou justificativas para os seus atos.
Lentamente, pelo exemplo, pela probidade e pelo esforço de herói cristão, sensibilizou o povo e os seus líderes, que passaram a amá-lo. Tornou-se parâmetro do comportamento, transformando-se em pessoa de referência para as informações seguras sobre o Mundo Espiritual e os fenômenos da mediunidade.
Sua palavra doce e ungida de bondade sempre soava ensinando, direcionando e encaminhando as pessoas que o buscavam para a senda do bem.
Em contínuo contato com o seu Anjo tutelar, nunca o decepcionou extraviando-se na estrada do dever, mantendo disciplina e fidelidade ao compromisso assumido.
Abandonado por uns e por outros, afetos e amigos, conhecidos ou não, jamais deixou de realizar o seu compromisso para com a Vida, nunca desertando das suas tarefas.
As enfermidades minaram-se as energias, mas ele as renovava através da oração e do exercício intérmino da caridade. A claridade dos olhos diminuiu até quase apagar-se; no entanto, a visão interior tornou-se mais poderosa para penetrar nos arcanos da Espiritualidade.
Nunca se escusou a ajudar, mas nunca deu trabalho a ninguém.
Seus silêncios homéricos falaram mais alto do que as discussões perturbadoras e os debates insensatos que aconteciam à sua volta e longe dele, sobre a Doutrina que esposava e os seus sublimes ensinamentos.
Tornou-se a maior antena parapsíquica do seu tempo, conseguindo viajar fora do corpo, quando parcialmente desdobrado pelo sono natural, assim como penetrar em mentes e corações para melhor ajudá-los, tanto quanto tornando-se maleável aos Espíritos que o utilizaram por quase 75 anos de devotamento e renúncia na mediunidade luminosa. Por isso mesmo, o seu foi um mediunato incomparável.
... E, ao desencarnar, suave e docemente, permitindo que o corpo se aquietasse, ascendeu nos rumos do Infinito, sendo recebido por Jesus, que o acolheu com a Sua bondade, asseverando-lhe:
— Descansa por um pouco, meu filho, a fim de esqueceres as tristezas da Terra e desfrutares das inefáveis alegrias do reino dos Céus.
Mensagem psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador-BA, em 2 de julho de 2002. Texto inserido no livro “O Paulo de Tarso dos Nossos Dias”, de Ana Maria Spränger - Editora Leal.
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